Ju/Larissa e Thiago/Pedro Cunha fazendo "dar sol" em Salvador

Muitos conhecem a expressão "fazer chover", mas na 10ª etapa do Circuito Banco do Brasil, disputada em Salvador, a expressão não foi bem essa.

Muito pelo contrário. Dias antes da etapa, chovia bastante na cidade, mas Juliana e Larissa e Thiago e Pedro Cunha entraram em quadra, mudaram o clima e a expressão que conhecemos.

Ju e Larissa. Campeãs brasileiras 2010. Foto: CBV
A dupla feminina mais uma vez passeou. E passeou muito. Belas jogadas e placares impressionantes: contra Cida e Naiana, nas quartas-de-final, duplo 18x6 e contra Talita e Maria Elisa, na final,18x12 e 18x8. No meio dessa facilidade toda, quem olha até acha fácil jogar vôlei de praia. E para Juliana e Larissa é. A dupla chega ao nono título, em dez disputados na temporada nacional e, além de pentacampeãs mundiais, garantem o título do CBBVP, com duas etapas de antecedência.

Em 2010, perderam apenas um jogo, nos mais de 45 disputados. Foi contra Luana e Lili, em Uberaba. E do jeito que as coisa vão, não duvido que elas vençam as duas etapas restantes e que faturem boa parte das premiações de melhores do ano.

Hoje se tornou tão natural vê-las vencer que é até difícil acreditar que Juliana viveu uma contusão tão séria há dois anos atrás e mesmo assim consiga se superar a cada dia.

Superação que, coicidentemente, se repete no masculino. Pedro Cunha, que também sofreu uma grave contusão,  foi outro a "fazer dar sol" em Salvador e está muito próximo de também conquistar o título da temporada. Ele e Thiago voltam a vencer após um início de ano avassalador, chegando ao quinto título no
Thiago e Pedro Cunha, campeões em Salvador. Foto: CBV

CBBVP 2010. Uma etapa impecável, sem nenhum set perdido. Márcio e Ricardo bem que tentaram, mas não aguentaram o ritmo dos quase campeões.

No final, Ju e Larissa, Talita e Maria Elisa e Maria Clara e Carol ocuparam o pódio feminino. No masculino, além de Thiago e Pedro e Márcio e Ricardo, Renatão e Jorge repetem a colocação da última etapa.

O CBBVP volta ao sudeste e entre os dias 11 e 14 de novembro, Vila Velha recebe a penúltima etapa do ano. Depois, só Búzios. E nessa, estarei lá, para conferir tudo de pertinho.

Ainda nessa semana, muito provavelmente, lanço o novo nome e endereço do blog. Não vejo a hora de mostrá-los a nova página.

Muito Prazer, vôlei brasileiro. O esporte da atualidade

Não tem sobrado muito tempo para eu passar aqui pelo blog mas, mesmo após uma semana, tenho que comentar sobre mais uma conquista do voleibol brasileiro.

Seleção masculina TRI-CAMPEÃ mundial! Polêmicas de regulamento a parte (e me perdoem que pensa o contrário, mas continuo achando que não precisava perder para a Bulgária) essa conquista mostra mais uma vez que o país do futebol se tornou definitivamente o país do voleibol.

Sem querer forçar a barra, mas já forçando, parece que o vôlei tem deixado o futebol para trás. Nas últimas três edições da Copa do Mundo, o Brasil venceu apenas uma, a de 2002. Nas outras, foi um fiasco. Já no vôlei, nos últimos três mundiais, que também acontecem de quatro em quatro anos, nossa seleção masculina venceu todos. Exemplo simples e claro para mostrar o quanto o vôlei evoluiu. E esta evolução vem desde a década de 90. De lá para cá, seja no masculino, seja no feminino, seja nas quadras, seja nas areias, os brasileiros viraram times à serem batidos.

O reconhecimento disso, por vivermos numa cultura do futebol, obviamente, não é fácil. Mas, tantos títulos estão mudando e podem mudar ainda mais esse panorama. Passando o feriadão com a família, sem internet e TV a cabo, imaginei que teria que sentar ao lado de meu pai, ajudá-lo a torcer por uma vitória do Fluminense sobre o Corinthians, líderes do Brasileirão, e só saber do resultado da final na Itália depois do futebol. E, surpreendente, me enganei.

A BAND, corajosamente e numa atitude bastante exemplar, bancou a transmissão e mostrou que basta ter iniciativa para valorizar outros esportes que nunca têm espaço na TV. Iniciativa que o próprio locutor e apresentador Luciano do Valle começou com a geração de prata na década de 80 e que muito contribuiu para que o vôlei tenha a aceitação que tem hoje. Óbvio que estamos longe do ideal, mas já valeu a pena.

A verdade é que entra geração, sai geração, começa mundial, termina mundial, o vôlei - mesmo com todas as suas dificuldades - se estrutura, cresce, vence, representa muito bem o brasileiro lá fora e diz um NÃO a quem acha que só a amarelinha do futebol é vitoriosa.

E é por esses e outros motivos que vale a pena dizer: somos o país com o melhor voleibol do planeta.

PS: Semana passada também não falei da etapa de Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia, em Maceió. Juliana e Larissa e Alison e Emanuel deram show de novo. No próximo final de semana, tem etapa em Salvador.
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Até quando vencer é mais importante?

Derrota por 3 sets a 0 diante da Bulgária, segundo lugar no grupo, caminho mais "fácil" para a seleção brasileira no Mundial Masculino de Vôlei e opiniões conflitantes.

Numa competição em que o regulamento foi feito para favorecer a equipe italiana, dona da casa, é interessante entrar na onda das outras seleções e ceder a vitória ao time adversário? Uma seleção do nível da nossa: tão vitoriosa, exemplar e que atualmente tem sido o maior orgulho do esporte brasileiro precisa usar um regulamento tão estúpido para chegar ao título? Bernardinho, Giba, Rodrigão e cia, tão vencedores, precisam viver um dia de "Maria vai com as outras" para conquistarem um campeonato? 

Torcida italiana protestado. Foto: Globo.com
Que o erro maior está na federação internacional, ninguém precisa contestar, mas, sinceramente, essa derrota pegou mal para o vôlei brasileiro. Somos os melhores do mundo nesse esporte e escolher o grupo mais fraco não foi lá a atitude mais louvável de uma seleção eneacampeã mundial. Tudo bem que foi a Rússia que começou com isso, porém, não é porque eles fizeram que era preciso protestar dessa forma. Tal decisão não combinou em nada com a postura vencedora da nossa seleção. E todos sairam perdendo: jogadores, torcedores e, principalmente, a imagem do voleibol.

Seria mais interessante vencer, entrar no grupo mais forte, vencer também, se classificar para as semifinais e mostrar que se alguma seleção tem que temer alguma coisa, essa seleção não precisa ser a brasileira. E se perdêssemos, parabéns! Mais do que o título, mostraríamos que atitudes campeãs não precisam estar associadas necessariamente a um time campeão dentro de quadra.

Mas, essa não foi a primeira e, infelizmente, não será a última vez que essa atitude acontece. Já vi isso no futebol de areia, no futsal, no vôlei de praia... Em Pequim, os organizadores chineses fizeram de tudo para que as duplas da casa fossem campeãs. Criaram confrontos diretos entre Walsh e May e as duplas verde-amarelas, enquanto as chinesas passavam fácil por frágeis adversárias. Porém, o que mais assusta é que, pela primeira vez, o Brasil usa esse artifício a seu favor. Sempre condenamos essa postura antidesportiva e será hoje, só porque o Brasil foi beneficiado, que devemos mudar nossa opinião sobre isso?

Créditos os jogadores têm de sobra, Bernardinho continuará sendo o grande líder de sempre. O fato de hoje não apaga em nada as tantas alegrias que eles nos deram.Porém, o currículo de nenhum dos envolvidos precisava ganhar essa mancha boba e desnecessária. Não fizemos uma boa preparação para o Mundial, é verdade. Perdemos amistoso, mas temos muito mais time e se alguém estava tremendo por causa da gente, deixando titular na arquibancada, que fosse um problema só deles. 

Ainda bem que brasileiro tem memória curta. Que o Brasil volte a ser Brasil na próxima fase, que as outras seleções também voltem a honrar a grandeza do voleibol e que os organizadores façam regulamentos menos interesseiros. Pelo bem de todos!


O sentimento não pode parar!